sábado, 27 de outubro de 2007

A ROSA HEREDITÁRIA



A ROSA HEREDITÁRIA
Milamarian



Flores sem teores, aromas e frescores
Rosas isentas de alvas cores e amores
Folhas caídas ao chão sem tato e calores
Pétalas desfolhadas...céus assustadores...



Cerejeiras caladas nas mortas horas
róseas gemas na nuvem que devora
cálices tombados sem qualquer demora
sobre a terra já sem sombra e auroras.



Seara-amor, seara-flor, seara em dor
santa-terra, terra-amada, terra-tremor
chão-louvor, chão-vigor, palco de horror,



Hiroshima alegria, Nagasaki em sol
Hiroshima entristecida em negro lençol
Nagasaki envolta pelo escuro arrebol.


2007

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5 comentários:

Anónimo disse...

Nossa, lendo a Rosa Hereditária e a Rosa Desamor,como a Mila apesar de ser tão jovem tem sensibilidade pela dor do seu povo! adoro quando ela fala sobre o Japão, é algo muito raro nos poetas brasileiros.
Adoro o povo oriental!
Célia

Anónimo disse...

Sayuri Nakamura e Kondo sao do Japao entao?
a Mila tem um jeito muito especial quando ela fala do Japão vcs não acham? é um amor diferente, já li vários poemas dela onde ela fala do Brasil, mas são diferentes, parece-me que falta no sangue dela!
Sei lá...
Rosani

Anónimo disse...

uau...que romantico, um lenco viajando leguas!!!! e o perfume ainda resistir a esta viagem!
Danniela

Anónimo disse...

gosto demais quando ela usa estes termos "seara-flor", "seara-amor", é pura devoção à terra dela!
Renata Cortes

Anónimo disse...

A Rosa Hereditária é um poema triste, uma cicatriz na alma de todo o povo oriental e toda a sua descendência. Marian utiliza sabiamente palavras soltas mas que expressam com clareza o significado doloroso que marcou e marcará ainda muitas gerações.
Roberto