domingo, 25 de novembro de 2007

UMA MAIS REAL TRADUÇÃO...

Este texto aqui é para salva-guardar, primeiro: a integridade do texto original. Segundo: para esclarecer ás pessoas que sabem espanhol que ainda agradecendo o carinho da tradução, contudo, estamos sentes das falhas na mesma e embora este texto foi repassado com todos estes erros, aqui se fizeram as correcções para ficar compreensível, também para evitar que se pense que os poetas de fala portuguesa não sabem o que escrevem, aclarada a situação eis a correcção e os 3 textos a seguir.
Angélica.

NA PALMA DE TUA MÃO (original de Milamarian)
EN LA PALMA DE TU MANO (traducción Lici)
EN LA PALMA DE TU MANO (anónimo)
(Uma tradução mais real tanto no significado, em ortografia, como no sentido do escrito pois para traduzir com um tradutor qualquer um faz, mas para traduzir uma poesia, textos científicos...coisas sérias que possam modificar um todo, é necessário conhecer não só ambos idiomas, no caso da ciência, compreender o que se está traduzindo, no caso da poesia é preciso ser algo poeta tentando conservar a rima original e o sentimento da poesia...não se pode ser literal, nem inventar palavras que não cabem dentro do contexto.)


En la palma de tu mano recogiste mis fragmentos
pedazos de mi alma menguando en tormentos
acogiendo junto al tuyo, mi despedazado corazón,
que hace mucho padecía en la mas triste desolación



Desclavando del negro lodo, tan inerte vida rastejante
las entrañas en llúvia de cariños, fueron lavadas
tu ternura, en gotas, destiladas en el pecho decadente
en la llama de tu amor, las penas de otrora, incendiadas.



A el alma dilacerada por las llagas de un insano amor
escurriste en pasion de tus lábios, el bálsamo caliente
en las heridas abiertas por espinos, sembraste tu
flor.


Hojas secas y caídas, sin piedad fueron barridas
diluyendo junto a ellas, toda la penúria del vacío plangente
restando solo, un debastado ramo, entregado en tu vida.

MILAMARIAN

Traducido by ...

NA PALMA DE TUA MÃO



NA PALMA DE TUA MÃO
MILAMARIAN



Na palma de tua mão recolheste meus fragmentos
pedaços de minha alma definhando em tormento
acolhendo junto ao teu, meu despedaçado coração,
que há muito padecia na mais triste solidão.



Despregando do negro lodo, tão inerte vida rastejante
as entranhas em chuva de carinhos, foram lavadas
tua ternura, em gotas, instilada no peito decadente
à chama de teu amor, as mágoas de outrora, incendiadas.



À alma dilacerada pelas chagas de um insano amor
escorreste em paixão, de teus lábios, o bálsamo quente
nas feridas abertas pelos espinhos, semeaste tua flor.



Folhas secas e caídas, sem piedade foram varridas
delindo junto à elas, toda a penúria do vazio plangente
restando somente, desbastado ramo, entregue em tua vida.



Japão
03.07.2006
11:17

EN LA PALMA DE TU MANO




EN LA PALMA DE TU MANO

En la palma de tu mano recojiste mis fragmentos
pedazos de mi alma definido en tormento
acojiendolo junto al tuyo, mi despedazado corazon,
que ya mucho padecia en la mas triste soledad.

Despegando el negro lodo de tan inerte vida, restregaste
las entrañas con lluvia de cariños, fueron lavadas con
tu ternura, en gotas, instalando en el pecho decadente
la llama de tu amor, mágicas de otrora, incendiadas.

El alma lacerada por las llagas de un insano amor
escurriste en pasion, de tus lábios, el bálsamo caliente
en las heridas abiertas por las espinas, semejante a una flor.

Hojas secas y caídas, sin piedad fueron barridas
dejando junto à ellas, toda la penúria del vacio flagelante
restando solamente, un desgastado ramo,
me entregue a tu vida.

MILAMARIAN

Traducibo by Licy

CON TODO MI AMOR

PANTANAL


Alpendre que abriga fauna e flora em rios e cabeceiras
percorrem e inundam os teus veios, águas sem receio
da tua seiva transbordante o dourado brilha em meneio
desenhando no pincel, ariranhas e tuiuiús à tua beira.


Chanura de águas doces, riachos e vazantes de rara beleza
teu manto nas quatro estações, de norte-sul no leste-oeste
veste e reveste rasas dunas banhando o azul alviceleste
em chuva de cristais o bebedouro, das crias, fortaleza.


Contraforte da cordilheira estendido qual nobre vergel
onde à sombra dos angicos, mandacarus e das palmeiras
descansam jaçanãs e jaburus, beija-flores embelezam o painel,


mosaico de três cores, a cada amanhecer o bugio te saúda
e o vento balouçando as orquídeas entre as folhas da aroeira
acorda no leito de teus lagos o jaú junto às flores da piúva.

Em 14 de novembro de 2007.

ATRÁS DA PORTA



ATRÁS DA PORTA
Milamarian


Atrás da porta, de minh'alma o silêncio
um olhar delineando o papiro vermelho
e na prece calada refletindo no espelho
o eco de mim: já não mais me pertenço...


Num só delta, duas fontes em harmonia
ostentando o viço da primavera em flor
e no reflexo da água haurida feito licor
a suavidade das almas em sintonia.


Vibra o verbo em cadência, só pensamento
dos lábios calados sequer uma palavra dita
pois o orvalho se faz presente no momento,


e nas entreabertas sedas e alvas rendas
o perfume da terra numa centelha infinita
desenhando o "tu e o eu", na mesma senda.


Japão - 20.02.2007

ÉBANOS



ÉBANOS

Milamarian

Nas lágrimas carregadas pelo minuano
penoso e dolorido n'alma é este pranto
descem vermelhas sobre negros panos
em opaco ébano é triste e solitário manto.

Em nuvens sombrias, lentamente fogem
nas revoltas ondas são oleosas espumas
duras rochas que com fel se cobrem
na dolorosa lembrança que não se exuma.

É escaldante areia em dunas frias a esvair
Pernícies amontoados na vastidão
Mar e terra confusos no destino a divergir.

Árvores rangem ao som deste turbilhão
volteando infesto em forças a subjugar
o já extinto corpo no pernicioso nada a sangrar.

ANJO MEU



Anjo meu
Milamarian


Cerrei os olhos e vi tua imagem a sorrir
entre as brumas soltas na imensidão,
e os acordes silenciosos do teu coração
foram eco em minh'alma a afluir.

Vejo o cinzento solo se tornar estrelado
ante o sublime encanto de teu versejar
uma cadente que no rastro há de me levar
deixando somente mais um canto aluado.

Nesta noite eu, tu e o cúmplice luar
seremos três em paixão a sussurrar
somente um verso à este cerro soberbo

que nos separa entre a orvalhada e o poente
mas não cala a tua voz em minhas vertentes
lírio semeado! em imaculado e único verbo.


Japão - 17.11.2006

LUA CÚMPLICE



LUA CÚMPLICE
Milamarian



Murmuro este amor à mansidão da lua
um triste sussurro de saudade, confesso
falando da lembrança que não atenua
no segredo chorado neste meu verso.



Silenciosa cúmplice em meu universo
nas longas noites ilumina a solidão
derrama no firmamento o meu reverso
jorrando nas galerias a tua recordação.



Cultiva um paraíso sombreando meu ser
aluando nas horas o tempo que passa
engole meu lado escuro sem mostrar a ninguém.



É cicatriz nos abertos céus deste viver
taciturna descerra o manto e abraça
a madrugada vazia que faz de mim a refém.



Japão - 11.10.2006

LILÁS


LILÁS
Milamarian


Lilás é o matiz da flor entregue
nas nove pétalas de saudade
entrelaçada em cinco gotas suaves
espelha o silêncio que se ergue.


Segue nas águas em segredo
leva nas corolas a décima hora
que junta do poente e da aurora
o princípio de tudo que em ti vejo.


Flutua e se vai riacho adentro
sorrindo encantos atravessa a ponte
resvala o espaço e se faz tempo,


consagra de meus olhos o teor
do canto que hoje devoto à fonte
num murmúrio... pleno de amor.



Japão - janeiro.2007

INSUBSTITUÍVEL



INSUBSTITUÍVEL
Milamarian


Colho em cada grão espalhado nestas terras
a paisagem eterna de meu amado berço
das andorinhas nas manhãs em terno concerto
dos amarelos ipês cobrindo aquelas serras.


Descansa em meus olhos a doce lembrança
da sombra da velha árvore em rósea flor
dos encantos daqueles tempos de criança
a balouçar ao suave vento em alva cor.


Hoje segredo toda saudade à minha cerejeira
no outono de tão lindas folhas vermelhas
bailando silente ao som de mais uma centelha,


entristecida pois não pode substituir da paineira
fortes raízes fincadas e que sangram neste quintal
a sagrada seiva do meu sublime e eterno manancial.


Japão - 19.10.2006

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

DEVOÇÃO



DEVOÇÃO
Milamarian



Teu semblante sereno em minha alma é sagrado
um retrato, em flores dentro de mim, emoldurado
o sorriso de teus lábios, à luz do sol, predomina
aos teus olhos, o profundo azul do mar, declina.


Tuas palavras são canções perenes em meu peito
se mal dormidas noites, faz-te meu plúmeo leito
é canção de ninar, que aquece meus invernos
em minha alma, o afago de tuas mãos, é terno.


Em dias de amargura, à maciez de tua voz, eu deparo
Retemperando-me o ânimo, dando-me forças nesta vida
Nas travancas, teus braços abertos, o meu amparo.


Não fosse minha existência confinada ao teu amor
decerto eu seria apenas mais uma página amarelecida
esvaída alma, feito floco de neve exposto ao calor.



Japão
02.07.2006
01:00

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

À BEIRA-MAR


À BEIRA-MAR
Milamarian


No mar a entardecer deito lembranças
entrego o derradeiro sopro ao vento
dos sonhos salgados pela água mansa
esvaídos lentamente nos varais do tempo.

O lírio de teu corpo infiltrado ao meu
perfumando a solta areia da enseada
acende o brilho dos olhos da madrugada
sem a pérola que o horizonte converteu.

Na seiva do oceano raízes mergulhadas
adormecem o suspiro do devaneio recolhido
em pequenas conchas no refluxo carregadas.

Levam os sabores de tantos enlevos
retornam à praia sem gosto definido
são apenas esta saudade que descrevo.

Japão - 22.09.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

TEMPO




TEMPO
Milamarian



Amargas o som da doce música
no descompasso das falhas horas
vão-se notas da canção de outrora
na lânguida sinfonia d'outra vida.


Vibras lembranças murchas das violetas
calada voz... morta folha do pensamento
acidulas o jardim, espalhas incenso
das cantigas sem toada nas gavetas.


Não flauteias mais sensuais melodias
dentro d'alma a musa que não fala
cessa o cosmo no furor da ventania.


Apraz-me então a ti interrogar:
que fizeste da melodia desta seara
solta ao vento solitária a farfalhar?


Japão - 09.10.2006

ZERO


ZERO
Milamarian



Sou soluço vagueando insone
sem papiro sou tinta vermelha
sangrando a verve em tal ribeira
inerte...sou corpo sem nome


Sentes? morre agora um pedaço
e me perguntam o que restou
respondo que somente teu retrato
onde se espelha meus estilhaços.


Abandonada no cardinal zero
sem luz mostro a verdade
em frases sem qualquer nexo


E no último e doloroso verso
deito apenas: morro em saudade
num poema em sangue imerso.


Japão - 22.12.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

SEMPRE AQUI



SEMPRE AQUI
Milamarian



Foram tantas noites em neblina envolta
não percebi o momento em que perdida
a dourada hora no crepúsculo adormecia
em sonho... na estrada em linha morta...



Traço de areia esvai-se ao som do vento
nas alamedas em volteio à voz dormente
caminho de orquídeas! rumo ao poente
onde murcha folha declina-se ao relento



Desfilando entre as pétalas ajardinadas
profundas raízes! do luar azul e solitário
em amarelas luzes nas frias madrugadas



Estrela deste chã que não se apaga...
é tua a luz que carrego neste relicário
caudal de eterno amor que me orvalha...



Japão - novembro.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

domingo, 18 de novembro de 2007

ANGELICAL ESFERA



ANGELICAL ESFERA
Milamarian



Rabisco em duas cores nos céus
brilhante na solidão da cordilheira
traço deitado à sombra da cerejeira
em reverência ao esplendor do fino véu.


Desenho de um rosto no infinito
com o sorriso da alma que senti
piscar afoito de um olhar indefinido
no horizonte em luz rósea colori.


Porque desconheço as nuanças de tua tez
teu semblante em mim são os teus versos
e o som de tua voz é angelical esfera


guilhotina em carícias meus porquês
e nestes lábios desperta tantos verbos
em suaves tons n'outras primaveras.



Japão - 31.10.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License

DEUS DA LUA - TSUKIYOMI



DEUS DA LUA - TSUKIYOMI
Milamarian



Estende o cálamo! Soberano nas searas
divino és, eternamente deitado neste céu
purifica o azul do mar retratando no pincel
a minha na tu'alma no marfim que exala!


Deus da lua, a cada noite me consagras tua!
E teu alvo solo deita meus olhos neste favo
aspergindo no meu de teu ser, cristais entrelaçados
que elevam ao nácar iriado e me debruam!


Sagrado anel que no sereno vem e me abraça,
é somente teu este canto que de mim se alastra
e numa prece cresce ao mar e assim te enlaça!


Tsukiyomi...no firmamento ou no dourado campo
é teu o nome enaltecido nesta e noutra casta,
pois em amor me conduzes ao teu recanto.


Japão - 26.03.2007


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License

CÉLEBRES PALAVRAS



CÉLEBRES PALAVRAS
Milamarian



No sol em sorriso manso, no rutilar da estrela-guia,
na prateada lua, nos diamantes soletrados nesta seara
e no arpejo de tuas mãos em harpas de vestes claras
serenara em prece o dorsal da prata que já se despedia.


No campestre solo da fecunda terra divisara o canto varonil
que espargindo, num vento forte do sul ao norte, a luz divina
e em alfazemas ao bordar os finos linhos daquela cortina
revelara suaves fios a correr campinas, num verso tão sutil.


No alento da azulada aurora, no vigor do canto que não cala
desnudara então esta minh'alma em estrofes borrifando amor
e ao folhear os prados e horizontes qual tântrico mandala,


onde círculos e quadriláteros à aurífera matriz assim fizera
retornar o cântico e renascer aqui o íris de um novo alvor
renovando o brando solo e florindo o chão da passarela.


Japão em 06 de junho de 2007

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License
.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

COLIBRI


COLIBRI

MILAMARIAN

Não obstante a distância que invade
és tal qual o melífluo colibri que ora vejo
e umedecendo flores silvestres em beijos
dobra as pétalas num mar de sublimidade.

Excelso pássaro que docemente abraça
minhas searas e num vôo suave semeia
uma gota cristalina que me serpenteia
nas raízes da alma, os lábios amordaça.

De vento em vento vai e sempre volta
e a cada retorno leva-me às vertigens
delineando em tuas cores estas encostas

e te devoto tanto amor que vivo a esperar
cada minuto sagrado da manhã inda virgem
para ser a flor primeira a centelhar.


Japão - 15.12.2006


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

GERMINAR


GERMINAR
MILAMARIAN


Escorre cristalina água e me aponte
no leito deste rio a nuança multicor
que me abarque a alma ao horizonte
num só adorno da cerejeira em flor.

Cascata permeie a verve e decante
a folha seca que farfalha o coração
e em teu solo subirei perseverante
deitando em meu viver um' oração.

Amaine então o bramir do vento forte
lavando as ruínas deixadas na estrada
do levante ao poente, de sul a norte

e permaneçam assim o arco e o brasão
dentro de meu cerne a cada alvorada
espelhando amor nesta e noutra estação.

Japão

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

NUM VÔO...


NUM VÔO...

MILAMARIAN


Tuas asas no vendaval se quebraram
e a tênue luz sorrindo o derradeiro adeus
foi silêncio naquele céu que te pertenceu
e no beijo, às cordilheiras te elevaram...


Não pude ver...perdi-te entre as brumas
tão rápidas passaram e te alcançaram
destelhando as flores que enfeitavam
o açude ao vento como se...dunas...


Cerrei os olhos num aceno ao poente...
minha águia ferida em asas emplumadas
senti tua despedida no grito silente


flanando tão sublime pelos mares
num infindo vôo junto à revoada
perfume deitado em meus luares!



Japão - 31.10.2006



quarta-feira, 14 de novembro de 2007

MUNDO DE AMOR



MUNDO DE AMOR
Milamarian


Porque me segue na canção
eterno afago...sopro de ilusão
ocupando o tempo e o espaço
dos meus vazios terraços...



Acarinha-me a vil existência
estrela de luz nesta invernada!
final do túnel na solidão da estrada
pérola que reluz tanta evidência...



Lembras-te de mim no suave canto?
pois ainda te vejo valsando nas emendas
que juntaste deste escuro manto...



e na frágil inocência de uma flor
desfilando nas páginas desta lenda
as gotas quentes do teu mar de amor!



Japão - 23.10.2006


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

SOBRE O PIANO



Sobre o piano
Milamarian


Descansa a pétala que naquele dia brilhara
junto às mãos num sorriso transparente,
o rubi, envolto em jasmins e pérolas silentes
dois acordes que naquela nota se resvalaram.


Repousa a flor que daquele outono me trouxera
o beijo na canção tão suave com aroma de verão
e o dourado do horizonte na mais linda oração
entregue aos meus olhos em orvalho de primavera.


Guarda as cores desta canção que é tão bela
e em encantos à minh'alma e existência vestira
eternizando o sonoro canto no azul da aquarela,


delineia sobre as teclas em tom suave e fino
floresce a jardineira e em amor eterno jubila,
oscilando a cerejeira no reflexo do único hino.


Em 17 de setembro de 2007

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

EU SAÍ DE MIM



EU SAÍ DE MIM
Milamarian


No encontro dos teus olhos com os meus
Olhei dentro de mim e não me encontrei
E no primeiro sorriso dos lábios teus
a queimar...e em inércia continuei

No passo dado em minha direção
o corpo em tremor do desejo primeiro
e no encanto do perfume daquele beijo
a inocência perdendo-se na tua paixão.

No abstrato que pairou desde então
e nas deitadas horas no ninho de amor
abençoando o sonho naquela canção.

Hoje... saio de mim sangrando o coração
na lembrança eterna do teu doce sabor
presença constante de só uma emoção.

Japão
12.09.2006

domingo, 11 de novembro de 2007

ENSEADA




ENSEADA

MILAMARIAN


Quadrilátero rende ramas qual feiticeiro
acena à tua porção em aroma de jasmim
pedra de jade que se fez em alvo marfim
suspirando plumas aos céus e ao cruzeiro.


Ajeita as folhas umedecidas pela brisa
que te entregam em beijo forte e real
a rósea flor deste tão só teu manancial
e junto à catedral jorra duas ametistas.


Abre o medalhão! é dourada a capela
onde o bronze badalara duas seteiras
mergulhadas na imensidão dele e dela,


alvorece fértil solo em jardim suspenso
sustentando o cerne daquela cerejeira
que consagra a ele a seiva em juramento.


Em 23 de setembro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

ATANVARNO E MELDANNE



ATANVARNO E MELDANNE

MILAMARIAN


Atanvarno que das flores o manto em aroma exala
um crepúsculo na nascente espargindo devoção
e no arco envolto por gotas de amor em oração
cristais d'alma que do chão somente aos céus propala.


Atanvarno em orvalho e plasma escalando os degraus
silencia entre as roseiras as vertentes de esperança
sustentando os véus do doce canto Meldanne_criança
em luz de quietude onde flutua em calmaria uma nau.


Meldanne adentrando pelo portal na serena madrugada
qual lua cheia em cascata de estrelas brilhando muito além
e dos favos pequenas jades que fortalecem a enseada,


reverdecem pradarias e as areias ao mar fecham o hiato
resplandecem as colinas e a neve se aquece num amém
Atanvarno_Meldanne_amor, hoje e sempre no regato.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.


SANTUÁRIO DE GELO



SANTUÁRIO DE GELO

MILAMARIAN


No princípio em pedras e gelo rompendo agreste
envolto em turfas naquele frio assim remotas
revestia lenços flutuando espesso na encosta
hoje desce rios, correndo o branco da tua veste.


Homo sapiens...que amanhece e assim aquece
desembainha teus cristais deitando teu lençol
em águas que escorrem do poente ao arrebol
levando o complexo à irreversível e última prece.


Desnudam teu inverno, subestimam o clamor
do cinturão que chorando desfalece ao verde-mar
em lágrimas circulares! pois não há nenhum valor.


Escoa em vertigens, teus primórdios se afundam
marinha sem rumo e se despede o urso polar
pintado no papel, nos resquícios de uma tundra.


Japão em 12.06.2007

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License

EXTREMOS


EXTREMOS

MILAMARIAN



Mar...traz suavidade às alvas dunas
e o tilintar destas ondas na areia
adentra pelos umbrais de minha aldeia
meneia os olhos em mansas brumas!

Do alpendre recolhe o último prelúdio
espalha em acordes pelas serranias
o sussurro d'alma em calmaria
rendilhando o manto de veludo.

No suspiro à sombra da varanda
acalenta a lágrima em fina renda
do negro véu preso na garganta!

e nas tormentas, as asas da vida
entrega aos céus, alma em oferenda...
sem nexo no verso que já não rima.


Japão - novembro.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

sábado, 10 de novembro de 2007

CONCÓRDIA...



CONCÓRDIA

MILAMARIAN



Em cadência solfejem as cadentes um só canto
entoando o hino dos amores outrora semeado
no vergel e na colina envolta em véu imaculado
onde da laranjeira as flores delinearam o manto.



Murmurem as águas ao riacho e à cordilheira
o sereno farfalhar das folhas daquela primavera
quando a mansa brisa findara em beijos a espera
e no anel moldara os frutos das duas parreiras.



Amarelo_negro_vermelho_verde em branco
mesclem a curvilínea daquele círculo de amor
e seja a melodia entoada por todo o recanto,



alastrem pelo fértil solo da planície e do planalto
e no arvoredo as vertentes no mesmo pendor
deitem as almas num só compasso sem intervalo.


Em 7 de novembro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

SENTIDO HORÁRIO



SENTIDO HORÁRIO

MILAMARIAN



Rode o carrossel em formas e tons pastel
uma circunferência de harmônicas melodias
e o sereno movimento da seteira em sintonia
ao compasso de tantos passos tinjam o painel.


Um íris de orvalho e vermelhas folhas em adágio
valsando nas vertentes qual luz amena acaricie
o forte elo entre coloridas flores e assim se inicie
a dança das cores nos tablados do solo rosáceo.


Turbilhe o ventre da terra onde a seiva e alfazema
escorram no riacho a canção em harmonia e amor
numa calmaria, mansa brisa serenando outro poema,


alastre pelas fronteiras, suba por esta cordilheira
espalhe no poente que é sol de paz e tanto dulçor
uma cascata de pólen e estrela junto a ribeira.


Em 5 de novembro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

PELAS VIDRAÇAS



PELAS VIDRAÇAS
MILAMARIAN

Vejo opacos sonhos e a certeza
de vindouras noites em fosca luz
e ferindo a tudo o nada que conduz.
Sou inocente! sem muro e sem defesa...

Recearei então, o frio da madrugada
o corpo à mercê do triste canto
deitará no rio destruindo o remanso.
Serei palha em qualquer encruzilhada...

Gélidos, os olhos serão mortalha
derramando o negro da clausura
na chama de mais uma fornalha,

expiarei o erro alheio em série
e nos braços da desventura
prostrado aos pés da intempérie.

Japão - 19.02.2007


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

O DIA SEGUINTE



O DIA SEGUINTE

MILAMARIAN


Versejo-te no colorido desta infinda seara
umedecida em lágrimas de tão grande amor
na nítida lembrança daquele palco de dor
sonora voz do tempo que me desmascara.


Desencontro-me das cantigas segredadas
buscando-te na vertigem das alfazemas
e nas azuis paredes de amores pinceladas
derramo verbos soltos em mais um poema.


Refugio-me na maciez das tuas lembranças
cerrando os olhos sou no espelho tua imagem
e no aroma dos incensos desejo-te em outra dança.


Vivo-te na minha sobrevida contínua e forte
pulsando na saudade da antiga ramagem
a monótona toada neste cais à própria sorte.

Japão - 19.09.2006


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

REMINISCÊNCIA




REMINISCÊNCIA

MILAMARIAN


Sorri o novembro nos verdes campos
onde o balouçar das folhas tão sereno
traz o azul do olhar cândido e ameno
a acolhida de tantos beijos e encantos.


Qual cortina de algodão é aquela bruma
deslizando no silêncio das lembranças
no celeste manto em dourado junta e trança
as alianças que repousam em alva pluma.


Abrilhanta o painel o prateado raio da lua
desce manso entre as ramas da paineira
e por um momento vejo as almas nuas,


em pleno compasso, soprano e tenor
duas vozes em uma no encontro de ribeiras
refletidas no espelho do verdadeiro amor.

Em 7 de novembro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

SUBLIME ENCANTO




SUBLIME ENCANTO
MILAMARIAN


Em bastas flores és minha diadema
florescendo nas encostas destas serras
em entreabertos cálices nas cores da alfazema
traz do ópio a essência que em mim encerra.

Vésper que alumia o frescor da madrugada
resplandece frágeis pétalas em tênue luz
alada estrela nos noturnos céus adornada
tens no caudal o olhar eterno que me conduz.


Grinalda perolada que envolve meu viver
traz no teu campestre aroma todo o louvor
das rosas de ternura imanadas no amanhecer.


No silencioso sopro desta aura a me envolver
antedizes nas entrelinhas este divinal amor
colhido nos beirais da aurora a nos absorver.



This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

ESPERANÇA



ESPERANÇA

MILAMARIAN


Vem na magia da primavera que se vai
recolhe folhas minhas neste solo caídas
pois o vento que sopra do alto da ermida
deixa no chão pétalas de um triste haicai.


Plácido colo recebe-me em abertos braços
longe de profanos versos mostra-me Eterno
pacífico mar onde de joelhos me prosterno
tombo às Tuas ondas no corpo em entrelaço.


Gravita em torno de mim nesta árida terra
vertendo em amor nos rios de água fluente
o sagrado licor que nem o tempo soterra.


E no respirar de Tu'alma em mim tão sereno
contemplarei o reflexo Teu no vazio poente
preenchendo enfim este universo obsceno.


Japão - 28.09.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

DEGRADÉ...



DEGRADÉ
MILAMARIAN



Pequenina nas montanhas sossegadas
se tuas cores minha infância ondulava
da aragem secreta fragrância beijava
tantos alvores da minha terra amada.

Douradas telhas prateando o luar
acolhiam meus sonhos de criança
e a alegria em cachos de esperança
eram melodiosa canção de ninar.

Amanheciam os pássaros em plena revoada
nas entreabertas vidraças eram flores a cantar
trazendo primaveras em qualquer invernada.

Hoje estância que abriga somente saudade
das andorinhas em límpidos céus a esvoaçar
findos outonos em outra tonalidade.


Japão - 21.09.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

JUNTO AO MAR


JUNTO AO MAR


MILAMARIAN


Vagarosamente descortino o sol na imensidão
retalhos soltos de minh'alma brilham no espelho
deste chão de hortênsias onde cruza em vermelho
o brilho de teus olhos qual cadente num só clarão.



Desce o manto aveludado, luzes na ribalta eu afago
suave bruma em cascata a cor de tua tez consagra
e em branda espuma nas vertentes assim propala
a tua visagem derramada na enseada, manso lago.



Reveste a cordilheira, flagra o sorriso meu que rodopia
no despertar das ondas envoltas pelo calor crescente
do pensamento sublimando minha verve em carícia,



e se abriga o meu lado ao teu neste oceano de ametista
é a palavra, sentinela solta alcançando o teu nascente
onde à beira de teus sonhos sou castelo, o teu prisma.



Texto inspirado e escrito neste cenário no dia 30 de setembro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

MINHA ILHA



MINHA ILHA
Milamarian


Pousarei em ti toda a minha poesia
e nos versos destilados em teu solo
duas gotas... deste canto tão sonoro
revelando assim o mar de calmaria.

Silenciem agora, ondas passageiras!
e descerá da límpida vertente, o orvalho
sublime e terno em rega ao santuário,
anunciando enfim, o abeto e a cerejeira.

E o delicado perfume; recortando as águas
e as sucessivas vagas num turbilhão febril;
propagar-se-á afogando qualquer mágoa...

será ruidoso e tempestuoso o serenar
do oceano à mansa areia entre um e mil
debruando o anil dos céus no verbo amar.


Japão -03.03.2007

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License

LÍRIO DA PAZ



LÍRIO DA PAZ

MILAMARIAN


Cantem as pétalas somente imensidão de paz e amor
seja na invernada a beleza de mais uma primavera
quando as flores se espalham encobrindo a aquarela
e incensam todo o verde prado em preces de louvor.


Unam-se as cores das bandeiras novamente nos brilhantes
e num só compasso nos azuis de tantos olhos se revelem
a calmaria das corolas de harmonia e na esfera remodelem
as vertentes entrelaçadas em amém num brilho fulgurante.


No todo iluminado transforme da lua o minguante em crescente
das outonais folhas caídas recolham-se apenas as divícias
orvalhando no remanso gotas de paz em estrelas e cadentes,


e se faça neste relvado verdejante, junto ao solo que acolhe
sementes germinando e suspirando num único jardim de carícias
fortalecendo as alianças e só em amor os cálices transbordem.


Em 6 de novembro de 2007.


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

O ÚLTIMO SUSPIRO



O ÚLTIMO SUSPIRO


MILAMARIAN


Alma liberta cruzando os mares, enfim
deite nas searas o beijo da despedida
feito águia cortando os céus arremetida
orvalhe em ti, o perfume de jasmim.


De minha face não seja o olhar tristonho
nem de minha voz o canto enfadonho
entregue de meus olhos, a cor do mel
espelho de amor... de ti, meu menestrel!


Flutue livre qual andorinha a trinar
o prelúdio eterno dos versos de amor
que solfejaste nest'alma a te amar,


e o sorriso que na essência há de brilhar
será da tua voz de cada poente e alvor
no coração? só teu... o nome a sangrar.

Japão


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

DO MIRANTE




DO MIRANTE

MILAMARIAN



Mergulho sem temor ao que me espera
divinal é o som das águas que escorrem
descendo vales demarcados pelo acorde
da serena melodia que ilumina a arandela.


Vou colhendo do molde toldado no painel
um a um, os seixos por onde caminhei
seguro em minhas mãos, não revidarei
pedra sobre pedra brilham meu pincel.


Cerro os lábios, o gosto é adocicado
da hortelã em gotas que queima e arde
minhas entranhas, de um a outro costado,


tatuando a patente c'o a gota de sangue
da cerejeira ao carvalho no estandarte
fincado no mais alto grau deste mirante.


Em agosto de 2007


This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.



SAGRADA



SAGRADA

MILAMARIAN



Árvore enraizada neste tapete oriental
sombreia em doce acorde esta oferenda
no murmúrio de minha prece sem emenda
aceita e recebe o úmido brilho do cristal.


Verto tua seiva em meus veios e transfiro
as cálidas e vermelhas gotas à esta seara
onde os seixos se eternizam e orvalham
pedaços de ti e de mim num só fitilho.


Adorna pois, rosácea de toda minha vida
com a luz do teu sol que banha este regato
e espalha na enseada a oração da guarida,


onde tu rezas em meu peito e eu me prostro
ante o azul de tua voz entre o real e abstrato
sussurro de amor sem hiato nem apóstrofo.


Em 25 de setembro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

IMPERATIVO


IMPERATIVO

Milamarian


Garimpa nestes veios a dor que me apavora
penda sobre este corpo a paixão de agora
venda meus olhos com o pano dos desejos
amordaça os lábios meus em ávidos beijos.


Verte nas entranhas o mel do teu pecado
Revolve meus cabelos na surdez da madrugada
sangra o amor na luz primeira da orvalhada
revela meu deslizes no sabor do teu bailado.


Estremece-me em abraços engolindo meus receios
recusa meus temores com a avidez que me provoca
refaze este meu nada nas ondas de teu devaneio.


Desrespeita minhas dores e se perde em meu vazio
desafoga-me da água que em minh'alma desemboca
faze-te em mim a terra amada livrando-me deste exílio.




AQUELA NOITE



AQUELA NOITE

MILAMARIAN


Ferida latente no frio da solidão
Amarga em sonhos é eterna na canção
rasga a imensidão ao encontro meu
no eco em mim canta o triste adeus.

Em fina seda deita nos alvos lençóis
cálida ainda ao luzir de tantos sóis
remoendo no silêncio da marca deixada
da carícia n'alma que padece empoeirada.

Piedosa traz somente o alento
no compasso das horas doendo no peito
levar minha essência ao último momento.

Persiste em querer o meu sofrer
vem e vai nas lembranças de um só beijo
do último que sequer posso descrever.


Japão - 12.09.2006


terça-feira, 6 de novembro de 2007

A SENTINELA



A SENTINELA


MILAMARIAN


Num exalar de acácias e flores silvestres
só ela vê em cores um íris de sabor sereno
onde o azul dos céus que não é pequeno
sorri outras melodias em tons alvicelestes.



Juntam-se ao mar os ciprestes e o vento
balouçando naquele leito aquela jangada
fazem a cerejeira em suspiro à seara amada
dedilhar um fado em todo o pensamento.



Na calma da sentinela em laço ao manto
navega em mansas ondas o semblante dela
cerra os olhos, sorri e mais uma nota ao canto,



acrescenta, sentindo na brisa da alvorada
vigilantes pétalas flutuando na aquarela
num amor sem fim junto à enseada.



Texto inspirado e escrito neste cenário em 5 de outubro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

O TIGRE-DE-BENGALA



O TIGRE-DE-BENGALA

MILAMARIAN


[À Tatiane Bogaerts F.Albuquerque]



Nas várias listras que te envolvem qual seda em rastro
vejo o sorriso maroto dos olhos da menina que saltando
as pedrinhas soltas naquela alameda entre os losangos
cobria o chão co'esmeraldas reluzentes em brilho casto.


Saltos longos sem distância tão veloz nas cordilheiras
lembram os passos da donzela que correndo qual gazela
atravessava verdes campos abrindo e fechando a cancela
e se punha no riacho a balouçar aquela ponte de madeira.


À beira do regato, descansando ou bebendo água da fonte
em tons branco ou amarelo, tuas cores lembram-me a dália
entalada naquele pântano entre o arvoredo e o horizonte,


e o balbuciar das palavras variantes em sorriso e pranto.
Descera ela qual ribeira desvairada sem beira nem caiçara
mas o "filhote de bengala" não perdera nem no lodo o encanto.


Em 5 de novembro de 2007.

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

ANJO AZUL



ANJO AZUL

MILAMARIAN



Anjo azul esguio navegante das cordilheiras
temperas o noroeste de meu ser em sorrisos
na calidez das auroras elevas-me ao teu paraíso
no sabor de tuas asas em sobrevôo às cerejeiras.


Anjo de amor soberano destes pensamentos
alardeias os ramos da primavera de meus dias
no frescor dos arvoredos minha solidão esvazias
exuberância de vida que beija todo meu sofrimento.


Nas madrugadas silentes tua voz no meu sonho
ecoa incessante a cantiga da eterna paixão
no vazio leito molhado em lágrimas e tristonho.


Distante de ti sou carência em pungente agonia
murmúrio plangente perdido em total escuridão
sou verso sem rima solto em qualquer ventania.


Japão -26.09.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

UMA BENÇÃO, UM AGRADECIMENTO



Uma benção, um agradecimento

MILAMARIAN


É benção dos céus te encontrar...
caminhei tantas noites sozinha.. mesmo ao léu!
desci as nuas serras envolta em negro véu
e nestes atalhos foram teus versos a me guiar!

Vi na estrela luzidia, teu carinho a transbordar
e na cerrada floresta de meus olhos
abriu-se a clareira dos lindos sonhos
poetizadas em teu suave versejar!

Senhor! Prostraste este raio de amor sobre mim
mostrando-me que existe ainda a alegria
Trouxeste-me palavras de ternura sem fim!

Agradeço-Te em eterna adoração
pois derramaste em meus dias de agonia
lindas gotas orvalhadas deste outro coração!

Japão - 27.10.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

INCERTEZAS





INCERTEZAS

MILAMARIAN


Vacilante é este meu caminhar
não sei bem se fico ou sigo adiante
meus pensamentos são titubeantes
neste amor em minha alma a macerar.

Se partir levo comigo a dor da saudade
vagueando em noites solitárias e obscuras
se resistir vivo o medo da insanidade
de divagar sem rumo em tua loucura.

Se te abstraio padece a vida em mim
triste será o meu fim se suceder às muralhas
vivendo no desespero de te amar tanto assim.

À despedida minha essência se esmigalha
Retraindo-te em meu peito, minha base decai
dentro desta incerteza só sei que te amo demais.


Japão
04.07.2006

This work is licensed under a
Creative Commons Attribution-Noncommercial-No Derivative Works 2.5 License.