segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

POEMA ANOITECIDO

POEMA ANOITECIDO
Milamarian


Á sombra do poente jaz novamente o entardecer
negro manto deitado em pensamentos infecundos
abarcando-me a alma, somente o vazio profundo
estilhaços das vidraças abertas do anoitecer.


Sob o pálido véu, deslizam apenas palavras desditas
pungente amor em funestas pétalas sem nenhum teor
resquícios deixados, fazem de meu corpo guarita
outrora teu leito, ora eversão de um templo de dor.


Devorando-me a alma o silêncio que reina
na penumbra calada arrasta-me a pena
em máculas, a lua apenas uma mancha cinzenta.


Desce a noite, recôndita amargura que me atormenta
à escuridão noturna, apenas mais um triste verso
do teu adeus dissimulado em mim, o verbo emerso.


17.06.2006
Japão

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