sábado, 10 de novembro de 2007

PELAS VIDRAÇAS



PELAS VIDRAÇAS
MILAMARIAN

Vejo opacos sonhos e a certeza
de vindouras noites em fosca luz
e ferindo a tudo o nada que conduz.
Sou inocente! sem muro e sem defesa...

Recearei então, o frio da madrugada
o corpo à mercê do triste canto
deitará no rio destruindo o remanso.
Serei palha em qualquer encruzilhada...

Gélidos, os olhos serão mortalha
derramando o negro da clausura
na chama de mais uma fornalha,

expiarei o erro alheio em série
e nos braços da desventura
prostrado aos pés da intempérie.

Japão - 19.02.2007


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2 comentários:

Anónimo disse...

um futuro bem presente nos versos da Mila.
Fernando Gonçalo

Anónimo disse...

excelente! pelas vidraças recearei então o frio da madrugada/o corpo à mercê do triste canto deitará no rio destruindo o remanso".
Muitos aplausos para a nossa mocinha!
Paulo