sábado, 3 de novembro de 2007

O JEQUITIBÁ

O JEQUITIBÁ
Milamarian



Nas coloridas alamedas suspenso ao firmamento vejo o jequitibá
suas folhas quais finos papéis balouçam ao vento em ritmada oração
sangram neste e naquele chão, rosa e cerejeira entre tanta oposição
assinalando em minhas vertentes a céu aberto tanto faz aqui ou acolá.


Velho e frondoso qual um colosso onde deito versos sem lua ou grau
no imenso jardim onde teu amor recolhe minh'alma em lembranças
e no orvalhar de meu sorriso junto à fonte que me volta à constância
o vermelho meu que escorre é somente teu na vertical e transversal.


Seus fortes troncos num círculo fecham portas e janelas fazem murada
reciclam palavras e verbos ao vazio cântaro de cerejeiras num eterno vaivém
retendo nas raízes a água que corre vales e tenta descer rumo à pousada.


Pendem em sua ramaria crisálidas fechadas sem cores nem senso lato
em preto e branco rodeiam sem parar num sobrevôo que me mantém
inclinada qual a minúscula flor bege-rosada sem o fado, sem formato.


Em 2 de novembro de 2007.

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3 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...
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Anónimo disse...

Deus do céu Mila...quanta dor eu senti ao ler isso.
Tamami